quinta-feira, 23 de setembro de 2010

22.09.10
Professor Atauan Soares de Queiroz
- Professor, como você leva os conhecimentos adquiridos no congresso para a sala de aula?
Então, como foi discutido nas palestras nessa noite de hoje do CONINFA, eu também penso que a formação continuada é uma ferramenta essencial para garantir essa formação do professor, principalmente para as questões de atualização. Eu penso que a participação no congresso é válida, o professor vai também ter um momento na escola para estar repassando esse conhecimento, eu penso que esses conhecimentos vão estar de certa forma presentes no próprio discurso do professor e na sua prática, durante a realização de atividades, no trabalho. Por exemplo, eu trabalho com Língua Portuguesa, com oralidade, produção de texto e gramática, esses nossos conhecimentos de certa forma mais atualizados através do congresso, já vão estar ali diluídos naquilo que está sendo trabalhado em sala de aula, não simplesmente em um momento específico.
- Você é um professor Leitor?
Sim, eu acredito que sim. Leio com muita frequência, tento ler com muita frequência, até porque pra se defender um ensino de leitura, literatura, principalmente leitura em sala de aula é preciso estar atuante, é preciso dar o exemplo. E os próprios alunos percebem através do discurso do professor, da postura, da maneira como fala, como aborda, como se trabalha o texto, os alunos tem como perceber. Há indícios se ele é realmente um leitor ou não.

Mas como leitor tento ler com a máxima frequência a bibliografia atualizada da área, compro sempre com frequência os jornais de domingo, assino algumas revistas, acesso muito a internet fazendo as pesquisas. O professor hoje, professor pesquisador que quer trabalhar com leitura que seja por excelência um professor leitor. Vejo que não é apenas questão de afinidade, é uma obrigação mesmo do professor estar lendo com frequência.
- Como você utiliza a literatura em sua disciplina?

Então, como eu trabalho com ensino médio,  a gente tem que trabalhar com o ensino da língua, análises linguísticas, literatura, produção de texto, leitura, oralidade, a gente tem que dar conta de muitos aspectos. Mas eu penso que o trabalho com a literatura hoje em sala de aula deve ser feito de uma forma que aconteça a literatura comparada.  A gente fala muito hoje em literatura comparada. A literatura comparada é trabalhar, por exemplo, obras diferentes com o mesmo tema, ou então o mesmo tema com linguagens diferentes, em vez de se trabalhar simplesmente  os estilos de época, como acontece muito hoje nas escolas. O ideal é que se trabalhe com categorias em vez de se trabalhar com estilos de época na escola, o que é que é o barroco, romantismo, modernismo, é garantir o trabalho com uma categoria, e explorar essa categoria em várias escolas. Então, assim, o índio por exemplo. Como é que o índio é visto dentro da literatura de informação passando pelo barroco, passando pelo arcadismo até chegar no modernismo?  ou no romantismo também. Como é vista a condição feminina? Como que o jovem é visto? Como que o amor é visto em cada escola? Então não é interessante trabalhar a literatura  nesta perspectiva historiográfica, historicista, hoje é interessante trabalhar nesta perspectiva  da literatura comparada  porque se trabalha com temas  e com linguagens diferentes, fazendo com que o aluno tenha essa formação estética, e o aluno se apropriando desse instrumental  vai estar realizando este tipo de leitura fora  do ambiente da escola. Ele se habitua a esta prática e passa a atuar desta maneira. Claro que existem várias possibilidades de trabalhar a literatura no ensino médio, no ensino fundamental, mas eu penso que esta é uma possibilidade válida.


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